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NOVO HAMBURGO

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Na EMEI Alecrim é assim: as crianças colhem, preparam e tomam chá

Trabalho foi proposto e implantado pela professora Caroline de Aguiar da Cunha

20 de Novembro, 2023 às 14:46

Após a colheita, é hora de saborear o chá na companhia das professoras Caroline e Viviane

A Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Alecrim é uma das mais jovens na rede municipal de Novo Hamburgo.


Localizada no bairro Canudos, ela foi inaugurada em 2020 e, no ano seguinte, passou a receber as primeiras turmas - crianças de 0 a 3 anos.


Além do prédio novo e de um amplo jardim com árvores de diferentes portes, a EMEI Alecrim tem outra característica singular. É a hora do chá reunindo alunos da faixa etária de 1 ano.


Esse momento é um ritual que mescla descobertas, diversão, disciplina e, claro, um encontro animado de coleguinhas ao redor da mesa.


A responsável pela proposta do trabalho com chás é a professora Caroline de Aguiar da Cunha. Em um trabalho acadêmico para seu mestrado, ela pesquisou sobre africanidades, sendo que a questão das ervas e dos chás, e suas respectivas influências, fizeram parte do estudo.


Ciente da importância de levar novas experiências e vivências aos pequeninos, ela apresentou sua ideia para a coordenação da EMEI. Prontamente, a diretora Ana Paula Martins Cunha Graeff e a coordenadora pedagógica Lusaqueli Wanner Buhl entenderam como algo relevantes.


Com a iniciativa aprovada, logo se desenhou uma nova alcunha para Caroline: ela é a Profe dos Chás. "É uma vivência diferenciada para as crianças, onde se tem a possibilidade de aprendizado de algo novo sobre a nossa herança cultural e as nossas raízes", avalia a idealizadora do projeto.


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A ROTINA


Dentro da rotina de atividades das crianças da faixa de 1 anos da EMEI Alecrim, a semana reserva a hora do chá e também a hora do chimarrão.


No caso dos chás, as crianças pegam suas sacolas de palha e vão até a horta da EMEI. Lá, se misturam temperos, ervas e chás, entre eles: salsa, alecrim, boldo, manjericão e poejo. Com a orientação das professoras, as crianças vão descobrindo novos aromas, além de aprender como tirar as folhas ou galhos dos chás.



Quando bate a curiosidade, é hora de levar a folha até perto do nariz, inspirar e perceber que ali tem um perfume diferente. A horta também tem espaço para outros cultivos, como tomate, amendoim, couve, alface e batata doce, por exemplo.




Com os chás e temperos colhidos, existe a etapa da imersão na água para que as crianças percebam a "mágica" da mudança de cor, com a bebida incorporando diferentes colorações a partir da infusão realizada. Então, é hora das tias da cozinha entrarem em ação, ajudando no preparo final.


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A última etapa é se reunir ao redor da mesa com os coleguinhas, montar o ambiente com xícaras e bules e, finalmente, saborear. Tem canequinha virando, pedido para repetição, diversão e a gostosa sensação de missão cumprida para quem teve a árdua tarefa de colher e preparar aquela bebida aromática e refrescante.


Um ritual parecido acontece na hora do chimarrão, quando as crianças têm suas cuias e bombas e experimentam as primeiras vivências com uma das mais antigas tradições dos gaúchos - que vem de uma herança indígena.


Além de Caroline, a Profe dos Chás, esse trabalho com os chás e o chimarrão é conduzido em parceria com as professoras Viviane Zimmermann Heck e Juliana Liesenfeld, além das estagiárias Ariane Bavaresco e Cauane Dias.


INCENTIVO


Dentro da rede municipal de ensino de Novo Hamburgo, as escolas têm autonomia para desenvolverem projetos especiais. Nessa análise, por exemplo, são observadas as características físicas de cada escola, como ter um pátio grande e capaz de receber uma horta. "Avaliamos como um projeto importante e significativo para as crianças. Essas questões da natureza e do meio ambiente precisam ser valorizadas", observa a diretora Ana Paula.


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Para a coordenadora pedagógica da EMEI, essas práticas transcendem a rotina de colher, preparar e tomar o chá - o que, por si só, já seria fantástico. "Eles exercem essa autonomia de caminhar pelo pátio, carregar a sacola, se servir, segurar a xícara, saber que não pode encher tanto ou vai derrubar. É muito mais amplo o alcance desse momento", salienta a coordenadora Lusaqueli Wanner Buhl.


As fronteiras desta iniciativa, aliás, já foram rompidas. "Temos uma mãe que contou que, agora, ela tem a companhia da filha na hora do chimarrão. A criança faz questão de preparar e acompanhar a mãe", relata Lusaqueli.


Entre outras iniciativas colocadas em prática, está o passeio pela florestinha ao lado da escola a fim de realizar descobertas e se aproximar ainda mais de plantas, árvores e de lições sobre a relevância de se preservar o meio ambiente.


Na foto abaixo as professoras estão reunidas numa das salas da EMEI Alecrim conversando sobre o funcionamento da hora do chimarrão.



Na canção da Galinha Pintadinha, as crianças - e os pais - cantam:


"Alecrim, alecrim dourado; Que nasceu no campo sem ser semeado;

Foi meu amor que me disse assim; Que a flor do campo é o alecrim..."


Na EMEI Alecrim do bairro Canudos, foi o amor da Profe dos Chás por esse tema que está propiciando uma experiência única para a turminha de um ano, que está curtindo demais essa rotina na escola.


Ah, e com direito a tim-tim, porque tem aluno que adora brindar com os coleguinhas antes de saborear o seu chá!

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